Enquanto as mãos dele corriam firmes pelo seu corpo ela tremia. Não era desejo, curiosamente, a provocar-lhe a sensação insólita. Seus sentimentos não vinham do útero, nada tinham a ver com a ideia de um ventre não fecundado, com a antecipação do amor desperdiçado lhe escorrendo pelas pernas com a menstruação do mês seguinte. Ela gemia e sabia que não era uma foda qualquer que calaria suas ânsias dessa vez. Naquela cama minúscula, pela primeira vez se despiu de todos os receios e sofreu com a descoberta de um vazio que ninguém mais lograria preencher. Olhando pra ele chorou, sem conseguir pronunciar a confissão: precisava que lhe enchesse o corpo de vida e sem ele, ela (e o corpo) nunca seria(m) completa(os). Precisava daquele homem mais perto. Dentro. Incorporado. Impregnado.

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