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El otro día me sugeriste volver a escribir. En vez de pensar pelotudeces, dijiste. Me encanta la palabra pelotudez. De las cosas que me encantan de vos, está tu argentinidad. Nunca decidí dejar de escribir, sabes? Pero probablemente mi inconsciente lo hizo, y lo hizo porque soy bien pinche miedosa. Para escribir hay que sentir un montón y a veces es más cómodo no sentir. Ansiolíticos del alma, que te mantienen siempre a una temperatura promedia, el café nunca muy fuerte, el dulce de leche nunca muy dulce, las lágrimas nunca muy corrosivas. ¿Sabés?

patagónica

el termómetro, colgado despretenciosamente al lado de la puerta de entrada, marcaba 23 grados celcius. era verano en la patagonia argentina y yo, que jamás me había alejado tanto de los trópicos, flasheé trece veces con cada día que se hacía tan largo. a las 10 de la noche lográbamos encontrar destellos de un sol que no se quería poner escondiéndose detrás de la montaña y flasheé otras 22 con la montaña que se miraba tan lejos pero a la vez tan cerca y que no me hacía recordar a absolutamente nada. fue un bonito viaje. me gustó conocer la casa de tu mamá, cerca del lago; y cuando necesitaste un tiempo solo yo salí a caminar por las calles de un pueblo desierto y desconocido, y fantasié que caminaría infinitamente y nunca más me encontrarías. sería el fin de nuestra existencia, separados para siempre tras una desaparición en chubut. quizás me buscarías varios días, irías a la policía, o te pelearías en un bar borracho y resentido. quizás solo llegarías al punto de encuentro y te darías

ya no tendremos que hablar del temblor

no me acuerdo si sonó la alarma antes o después ni me acuerdo realmente haber escuchado la alarma pero sentí la tierra moverse y no sabía si era una broma ni quién bromeaba. las autoridades? los estados unidos? dios? grité fuck o carajo o caralho, ya ni sé, y el piso se seguía moviendo. busqué al gato pero ya se había escondido, abrí la puerta y los autos de la cochera se movían y cuando llegué a la calle nada más se movía. me senté en el sillón y usé el internet como si fueran los últimos gigas que me quedaban sin saber que así era. se fue la luz, se fue la comunicación. 40 minutos pasaron desde que tembló y solo había una palomita en whatsapp, pero entonces llegaste. traías unos ojos gigantes y me contaste que se había caído un edificio sobre patricio sanz y que te habías agarrado a piñas con un señor en el semáforo de monterrey. te abracé y nos acostamos un rato, ¿a celebrar que estábamos vivos quizás? los siguientes días fueron difíciles. este domingo sonó la alarma y salí corri
En el piso de la sala siguen todas las prendas que vestía anoche. No las quiero recoger porque cuando las miro y luego cierro los ojos te veo parado frente a mi y me las vuelves a quitar despacio, en un loop que se repite mil veces hasta que abro los ojos a buscar algún otro resto tuyo que me alimente las ganas de. Estás en todas partes, afortunada soy. Mil historias me invento: cuentos sobre abrazos involuntarios cuando te encuentro somnoliento bajo sábanas y tus ojos entreabiertos a las seis de la mañana, un apartado completo sobre tu espalda desnuda y de tu risa todo un libro. ¿Ya te conté la anécdota esa de cuando yo, en un intento fallido de sentir algo de verano adentro, pinté todo el cuerpo de rosa y amarillo? La recuerdo hoy mientras brindo con la copa de vino que dejamos a la mitad, por el mejor regalo que me has dado: me mostraste que el mundo no deja de ser bonito aunque todo sea una gran paleta de grises. Hace un mes empezaron las lluvias y no se van a quitar tan pronto. E
esse dia ele me abraçou e disse que chorar faria bem. acatei e chorei um rio de insabores. chorei por amores passados, por amores futuros, chorei porque era domingo, pela ressaca, porque era dia das mães, porque já começou a temporada de chuva e porque o feixe de luz que entrou essa tarde pelo vão da porta tinha uma cor demasiado bonita. chorei de dores que nunca entendi bem de onde vinham e ele me abraçou mais forte e me olhou de um jeito que me fez ter certeza de que a brincadeira já tinha acabado, não havia mais porque fingir nem onde me esconder. confessei que tinha medo e me sorriu. dejate querer, bonita .  sete dias já passaram e a frase segue ecoando. dejate querer.  dejate querer.  que forte, que medo baby.  me assusta a possibilidade de que talvez minha cabeça encaixe perfeitamente na curva do seu ombro, de gostar demais do calor da sua boca, de sentir de novo aquela paz absoluta que há tanto tempo não vem.  até hoje não tive coragem de abrir os olhos durante um o

Das saudades que eu tenho? Subir a rua Alabama e chegar na 17.

Recordo caminhar por uma Cidade do México fria, cinzenta e poluída, lábios secos e nariz sangrando. (Quase) nunca faltaram pés que aquecessem meus pés, mas lembro ir dormir muito tarde e acordar muito cedo pra uma cidade vazia e escura e insisto em acreditar que aquela tristeza que me dava te ver dormir tão manso enquanto me deixavas ir embora sem medo, diariamente, foi algum tipo de sinal. Das camas alheias a tua foi minha favorita. Outro dia vi que redecoraste a casa toda e aquela cama se foi em algum caminhão, e tive certeza de que nossa história nunca escrita já tinha perdido seu lugar: ele segue seu caminho pela avenida Revolución e eu fico aqui mesmo, pra pegar Patriotismo. (Nossas avenidas desde sempre nos indicavam caminhos opostos, desavisada nunca fui). Até hoje sorrio ao escutar as músicas que você me apresentou. Sempre te lembro cantando, igual aquele dia quando saí do banho e te espiei do corredor: violão na mão, cantando de olhos fechados, pra um público invisível, minha
Demonstrando uma vez mais ser de insensibilidade e egoísmo excepcionais, me disse, como se proclamasse um elogio: "Você foi protagonista do meu ano". DO-MEU-A-NO. Ecoou. Calei. Me preservei. Se dissesse a verdade, ele ganharia de novo. Ele sempre ganhava. A verdade, aqui lhes conto sem medo, é que eu quis ele que fosse o grande protagonista da minha vida. Casar no Timbuktu, amar pra sempre, comprar móveis e o caralho a quatro. PARIR SEUS FILHOS, isso sim é um elogio, baby.
Chorei por três dias e três noites. Ininterruptamente. Depois parei de chorar.  O amor que sobrou eu olhei indo embora pelo ralo do banheiro junto com os restos do meu útero não fecundado.  O despeito eu cuspi no azulejo antes de desligar o chuveiro e nunca mais voltei a escrever sobre ele. The end. 

Sobre as madrugadas vertiginosas

Vidros abertos e mãos pra fora, a avenida vazia nos permitia passar todos os faróis vermelhos e eu sentia uma paz indescritível. Rio Preto era fresca durante a noite e nós, criaturas noturnas, sabíamos desfrutar de tudo o que a madrugada tinha pra nos oferecer. Equilíbrio talvez fosse a palavra certa pra definir aquela sensação que me fazia pensar que, se a avenida de repente se tornasse um precipício, eu lhe pediria para acelerar, porque eu podia morrer naquele instante. Quiçá algo tivesse a ver com o conceito de Kundera sobre a vertigem que nunca abandonou minhas masturbações mentais, mas naquele homem eu tinha vontade de cair. Mergulhar na sua pele branca lisa me afogar em seu pescoço me enforcar no seu abraço e respirar seus medos todos. Como o precipício nunca chegou, me joguei da janela de seu quarto quando o suicídio pareceu inevitável. Não tinha ninguém esperando lá embaixo e na queda morremos todos pra renascer no dia seguinte, sem arrependimentos, convictos de que essa será

Trechos de um livro nunca escrito

Mientras duermes indefenso busco algo de plenitud en tu respiración.  Aunque sepa que ahí no la voy encontrar veo bello el buscar virtudes mías en sueños tuyos.

Troca casual de emails que não quero esquecer nunca

Amanhã eu mando um email (só não ligo porque cortaram o telefone rarara). Beijos! PS: como é possível que vc não acredite no amor??!! (Tenho delays de reações frente a informações, demoro dias pra reagir, mas acho isso um pouco adorável rs. Beijos babados) -- eu acredito no amor. só desdenho um pouco o dogma divino do amor. beijos escorridos -- Ok, com isso consigo viver. Beijos&amor. Você é adorável! -- to adorando o livro, tem um subcapítulo para nós: "Uma breve história da procrastinação" -- Hahahaha quero que você me conte dele depois. PS: meu corpo sente falta do seu. -- o meu tbém, e do seu pé esteticamente plausível. -- E do seu tamanho bom! Me acorda amanhã? -- sim, te desperto.
Enquanto as mãos dele corriam firmes pelo seu corpo ela tremia. Não era desejo, curiosamente, a provocar-lhe a sensação insólita. Seus sentimentos não vinham do útero, nada tinham a ver com a ideia de um ventre não fecundado, com a antecipação do amor desperdiçado lhe escorrendo pelas pernas com a menstruação do mês seguinte. Ela gemia e sabia que não era uma foda qualquer que calaria suas ânsias dessa vez. Naquela cama minúscula, pela primeira vez se despiu de todos os receios e sofreu com a descoberta de um vazio que ninguém mais lograria preencher. Olhando pra ele chorou, sem conseguir pronunciar a confissão: precisava que lhe enchesse o corpo de vida e sem ele, ela (e o corpo) nunca seria(m) completa(os). Precisava daquele homem mais perto. Dentro. Incorporado. Impregnado.
"Te voy a decepcionar", oí claramente su voz por el teléfono. Pero quizá lo que realmente dijo fue "te romperé el puto corazón en 10397246 pedazos y cuando te deje de amar, estarás hecha mierda". A veces solo escucho lo que quiero escuchar.
Eterno retorno: eu, mais uma vez, jogada no chão do banheiro. Tão pretensiosamente nietzschiana.  Eu, uma vez mais, sem forças pra levantar do chão do banheiro, sangrando sobre outro azulejo de qualquer cor bem clara, escolhido há anos com o que parece ter sido a única intenção de contrastar com todo esse sangue sujo que me escorre no dia de hoje. Tão estupidamente vulgar, Marina. O mesmo desprezo enquanto articula a palavra ", MARINA" sai hoje da boca de um novo espectador, que pela primeira vez sente desprezo ao assistir a frívola cena do sangue no azulejo. Prefiro seguir insistindo no ato. 'Talvez uma melhor seleção de público possa ser a salvação desse espetáculo' penso, como se não tivesse deduzido há anos que o próprio sempre esteve destinado ao fracasso enquanto imploro, mais uma vez , pra que ele não abandone o teatro. A mesma velha preferência patética por sempre insistir em trocar filho da puta por leviano...  ou não: talvez o problema sej
Sexo não é consquista, é entrega.

Parece só tristeza

Volta, volta, eu grito. Ninguém me ouve. (Mentira, ouvem todas as palavras não ditas, mas não querem voltar. Eu leio as entrelinhas. Ele também.)

Masoquista

Imagem
Em uma interminável luta contra meu eu mais lúcido te procuro em toda parte e felizmente é sempre em vão. Na minha cabeça passam os trechos como um filme daquele filme que fizeste no Rio de Janeiro. Fecho os olhos e o sol se põe mil vezes na baía de Guanabara, meus cabelos ao vento e aquela luz tão melancólica. O som da tua risada não consigo esquecer. A voz é a primeira das lembranças a fugir, me contaram uma vez mas eu, mesmo tendo queimado há meses minha cópia do teu filme, quando fecho os olhos e vejo o sol se por em um loop infinito, ouço claramente o som da tua risada. Estive na Lapa outra vez semana passada, mas cruzei a ponte Rio-Niterói antes mesmo de nascer o dia, tive medo dos teus ecos. Me arrependi depois e busquei por todas partes aquele filme que fizeste. Era vontade de doer, eu acho.   Continuo procurando restos nossos, vez ou outra.  Por sorte, é forte o medo de procurar em teu presente, arriscar descobrir que tua felicidade hoje contrasta com a minha loucura de

Hoje me apaixonei por você

Já faz um tempo que ando meio cansada de todo esse lance de sedução, sabe? Acho que perdi a mão. Nem saberia como demonstrar interesse. Em vez disso, te vejo com o computador aberto e sento na tua frente. Abro o meu e trabalho. Gostaria de não estar em um lugar público agora, poder ouvir um som e descobrir teu gosto musical. Em vez disso, conversamos amenidades baixinho pra não atrapalhar ninguém. Te conto dos meus planos pro futuro e você sorri tão bonito, diz que acha legal. Porra cara, que sorriso bonito. Vem comigo?, da vontade de dizer. Mas acho que nem consigo te sorrir de volta, escondo as vontades bem escondidas sem saber porque. E penso em ti, tão perto, tão longe: tão clichê. Penso no teu corpo, no abraço, beijo, mão minha no teu cabelo, pele, costas, peito. Penso em desejos que serão reprimidos mais tarde no meu quarto e calo. Calada e fria, te vejo levantar e ir embora. Tchau. E a vontade de pedir pra não ir embora? Engulo. 

Hay un niño dormido sobre mi vientre.

Qué lugar tan simbólico para quedarte a dormir, niño. Sobre mi vientre, donde más mujer soy. Y tú, un niño dormido. Mientras duermes, mis manos recorren tus orejas, tu barba, tu nariz, tus ojos, tu frente y tu cabello, después tu cachete derecho, cuello y hombro. Con la punta del dedo escribo confesiones en la piel de tu brazo, te confieso que no eres como los otros niños que a veces se acuestan a mi lado. Tú eres especial. Duermes tan tranquilo sobre mi vientre que hasta creo no te da miedo nada, e imagino cómo sería si no tuvieras miedo cuando estás despierto. Cómo sería si, después de venir, me dijeras que soy más especial que otros orgasmos. Pero hace mucho me contaron que el hubiera no existe; me resigno. Tal vez para ti al final sí sea solo otro orgasmo, una buena compañía para ver la peli que ganó Oscar, desayunar al mercado en domingos. Tengo ganas de llorar pero no lloro, prefiero acostarme a tu lado y soñar con otros niños. Que sean hombres, ahora, por favor. (Siento que y

Amiga,

A gente falava tudo aquilo sobre a estética da vida... infinitas masturbações mentais sobre a estética das drogas, do álcool. Isso nos fazia sentir menos vazios quando era nove da manhã e ninguém tinha sono. Nem amor, nunca. Hoje, amiga, só queria te contar que apesar de que não reste dúvidas sobre a beleza intrínseca a tudo isso, a estética da madrugada não me está funcionando. É segunda-feira e tenho muito trabalho, faz mais de 30 horas que não como e o vento gelado da Cidade do México, que antes me provocava 47 linhas de pura poesia, hoje só causa um frio absurdo nos pés. Não temos água quente e o passado me atormenta. Estou vazia, amiga. Cantando Renato Russo ao contrário e só queria saber a sua opinião: será mesmo só tristeza?