Masoquista

Em uma interminável luta contra meu eu mais lúcido te procuro em toda parte e felizmente é sempre em vão. Na minha cabeça passam os trechos como um filme daquele filme que fizeste no Rio de Janeiro. Fecho os olhos e o sol se põe mil vezes na baía de Guanabara, meus cabelos ao vento e aquela luz tão melancólica. O som da tua risada não consigo esquecer. A voz é a primeira das lembranças a fugir, me contaram uma vez mas eu, mesmo tendo queimado há meses minha cópia do teu filme, quando fecho os olhos e vejo o sol se por em um loop infinito, ouço claramente o som da tua risada. Estive na Lapa outra vez semana passada, mas cruzei a ponte Rio-Niterói antes mesmo de nascer o dia, tive medo dos teus ecos. Me arrependi depois e busquei por todas partes aquele filme que fizeste. Era vontade de doer, eu acho. 

Continuo procurando restos nossos, vez ou outra. 
Por sorte, é forte o medo de procurar em teu presente, arriscar descobrir que tua felicidade hoje contrasta com a minha loucura de alguma forma anti-estética.



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